sexta-feira, 27 de abril de 2012

OBRIGADO, PEP...


Por Diogo Simões

Não sou de escrever textos sobre futebol. E não me pergunte o porquê, pois não tenho idéia da resposta. Amo o futebol! Um esporte fascinante, principalmente quando seus protagonistas nos encantam e nos fazem querer acompanhar sua trajetória por pura admiração, e não por uma paixão.

Escrevo porque hoje se encerra um ciclo do melhor time que vi jogar ao longo dos meus 33 anos. Hoje, Pep Guardiola anunciou sua saída do Barcelona após quatro anos de puro deleite aos espectadores e amantes do esporte. A mim só resta um “muito obrigado por tudo, Josep Guardiola.”


Tudo bem, não vi muitos times incríveis como o Santos de Pelé, o Botafogo de Mané e seu compadre, nem o Flamengo do Leo e seus amigos cabeludos. Não acredito ser necessário isso, para saber que o Barcelona que testemunhamos durante esses quatro anos foi o maior time de todos os tempos. Foi a forma de jogar mais bela e dominante e porque não dizer imobilizadora, tamanha impotência dos adversários a correr os olhos para um lado e para o outro, trançando pernas e pescoços num balé catalão onde todos dançam até o momento máximo! O Gol? Não...o gol do Barcelona!!! Gol de Messi, de Xavi, Iniesta, Villa, Dani, Pedro...enfim, gooooool “DE” Barcelona.

Pep Guardiola é o melhor treinador que já existiu? Não. Aliás é quase impossível mensurar isso a não ser através de resultados numéricos, o que pode não ser tão justo.( Talvez o melhor seja Sir Red One...). O que aconteceu foi uma mágica digna do nosso querido Sobrenatural de Almeida e seus amigos deuses do futebol. Ou simplesmente, rolou a química. Por isso, temo pelo futuro deste Barça. Este que me faz escrever sobre futebol. Mas infelizmente, algo me diz que chegamos mesmo ao fim de uma Era.

Tomara que a mágica esteja ali, nos incríveis filhos da escola Barça de futebol e alguns coleguinhas das escolas vizinhas que formam essa trupe. Que a mágica continue e claro, evolua. A evolução será estritamente necessária para a sobrevivência catalã. E claro, que o Sobrenatural de Almeida e seus amigos me faça perceber, ou melhor, ver com meus próprios olhos, que eu estava enganado e essa Era continuará, não só pelos lados do Camp Nou, como comece a se espalhar pelo mundo. E por que não atravessar o atlântico? Nossa...imaginem só.......

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Por Diogo Simões

O que dizer quando todas as suas melhores expectativas são superadas? Isso aconteceu Mr. Roger Waters.
Numa agradável noite carioca, Mr. Waters levou todos os presentes a uma viagem onde o principal sentido a aguçar seria a visão. O Som penetrava na alma como um plano de fundo para o que estávamos assistindo atônitos, e ao mesmo tempo vibrantes.
Waters subiu no palco às 21:30, e na introdução do show, um avião desgovernado “explode” ao se chocar contra o muro em “In the flesh?”, já mostrando o que estava por vir: pirotecnia, luzes e arte digital que surpreendiam a cada momento.
Logicamente os clássicos como “Another Brick in the Wall” e “Comfortably Numb” botaram o estádio abaixo, enquanto ninguém desgrudava os olhos do muro que era construído ao longo da apresentação e destruído no segundo ato. Aliás, não tem bis. Tem intervalo mesmo com acender das luzes e tudo, dando um ar teatral ao estádio, se é que isso é possível.
Em Mother, Waters puxou a viola para a execução do clássico. Nela, questionou a ação dos governos, deixando bem clara sua falta de confiança em todos eles – com um palavrão enorme projetado no muro(Nem Fod….).
“Gostaria de dedicar este concerto a Jean Charles, sua família e sua luta por verdade e justiça; e também a todas as famílias das vítimas do terrorismo de estado em todo mundo. ‘The wall’ não é sobre mim, mas sobre Jean e todos nós”, disse o músico em português.
No segundo ato, Roger canta a frente do gigantesco muro e através de incríveis efeitos tridimensionais em alta definição ele interage com “seu muro” de forma enebriante até finalizar o show com o folk Outside the Wall.
Roger Waters é uma daquelas figuras do rock and roll que carrega uma história de genialidade, personalidade e carisma. Um dos pouquíssimos que consegue lotar estádios executando as canções de um único trabalho. E com sua criatividade, e a de sua equipe de criação visual, nos tirou da condição de público para a de testemunhas oculares e sonoras de um dos mais bem produzidos shows da história da música contemporânea.
comigo e com certeza, com as milhares de pessoas que lotaram o Engenhão na noite de ontem(29) para assistir, não a um show, mas a uma experiência sensorial tendo como mestre de cerimônia