sexta-feira, 6 de abril de 2012

Por Diogo Simões

O que dizer quando todas as suas melhores expectativas são superadas? Isso aconteceu Mr. Roger Waters.
Numa agradável noite carioca, Mr. Waters levou todos os presentes a uma viagem onde o principal sentido a aguçar seria a visão. O Som penetrava na alma como um plano de fundo para o que estávamos assistindo atônitos, e ao mesmo tempo vibrantes.
Waters subiu no palco às 21:30, e na introdução do show, um avião desgovernado “explode” ao se chocar contra o muro em “In the flesh?”, já mostrando o que estava por vir: pirotecnia, luzes e arte digital que surpreendiam a cada momento.
Logicamente os clássicos como “Another Brick in the Wall” e “Comfortably Numb” botaram o estádio abaixo, enquanto ninguém desgrudava os olhos do muro que era construído ao longo da apresentação e destruído no segundo ato. Aliás, não tem bis. Tem intervalo mesmo com acender das luzes e tudo, dando um ar teatral ao estádio, se é que isso é possível.
Em Mother, Waters puxou a viola para a execução do clássico. Nela, questionou a ação dos governos, deixando bem clara sua falta de confiança em todos eles – com um palavrão enorme projetado no muro(Nem Fod….).
“Gostaria de dedicar este concerto a Jean Charles, sua família e sua luta por verdade e justiça; e também a todas as famílias das vítimas do terrorismo de estado em todo mundo. ‘The wall’ não é sobre mim, mas sobre Jean e todos nós”, disse o músico em português.
No segundo ato, Roger canta a frente do gigantesco muro e através de incríveis efeitos tridimensionais em alta definição ele interage com “seu muro” de forma enebriante até finalizar o show com o folk Outside the Wall.
Roger Waters é uma daquelas figuras do rock and roll que carrega uma história de genialidade, personalidade e carisma. Um dos pouquíssimos que consegue lotar estádios executando as canções de um único trabalho. E com sua criatividade, e a de sua equipe de criação visual, nos tirou da condição de público para a de testemunhas oculares e sonoras de um dos mais bem produzidos shows da história da música contemporânea.
comigo e com certeza, com as milhares de pessoas que lotaram o Engenhão na noite de ontem(29) para assistir, não a um show, mas a uma experiência sensorial tendo como mestre de cerimônia  

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